A estreia brasileira do musical "A Família Addams", que aconteceu em 01/03/12 no Teatro Abril (agora Teatro Renault), em São Paulo, é a primeira produção da peça fora dos EUA e por ser uma adaptação de um clássico dos quadrinhos de 1938, popularizado na TV e no cinema por décadas carrega uma grande responsabilidade. Quando "A Família Addams" estreou na Broadway, em abril de 2010, a crítica massacrou o espetáculo.
Nathan Lane, que fazia o papel de Gomez, saiu da peça, e os diretores, Phelim McDermott e Julian Crouch, trataram de contratar o consultor criativo Jerry Zaks - conhecido como Doutor Broadway, aquele sujeito acionado nas emergências para dar um jeito em iminentes desastres artísticos - que substituiu quatro músicas e reescreveu outras cinco (de um total de 15). Apesar das críticas ainda ruins, "A Família Addams" faturou US$ 85 milhões e ficou em cartaz na Broadway até dezembro de 2011, quando saiu em turnê pelos EUA. Jerry Zaks é o diretor geral do espetáculo brasileiro, e, apesar de todos os revezes nos EUA, o espetáculo fez uma trajetória de sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro.
- Costumamos dizer que um musical na Broadway não fica pronto, ele estreia - diz Zaks. Centenário de Charles Addams, os trunfos do diretor no Brasil são fortes. A adaptação foi encomendada por Claudio Botelho, experiente produtor, diretor e adaptador de musicais.
Foram feitas adaptações no vocabulário e nas músicas para aproximar o texto do público brasileiro, mantendo o humor negro e politicamente incorreto, que é o grande trunfo da peça.
Além disso, o elenco da montagem nacional - Marisa Orth no papel de Mortícia, Daniel Boaventura como Gomez e a espetacular Laura Lobo como Wandinha - é de experientes atores-cantores, já conhecidos tanto do público de musicais quanto dos telespectadores de TV. Parece que nasceram para essas personagens. Marisa e Daniel são tão bons quanto os outros grandes atores que já interpretaram estes papéis. Aplaudi de pé.
São Paulo se firmou como um dos grandes mercados mundiais para musicais e não precisa mais esperar anos para criar suas próprias versões de sucesso .
A estreia no Brasil coincidiu com as festas do centenário de nascimento do cartunista Charles Addams, criador dos sinistros e divertidos personagens.
A tarefa de surpreender coube aos libretistas Marshall Brickman e Rick Elice, que colocaram Wandinha, a filha mais velha do casal Addams, no centro da história. Apaixonada por um jovem "normal", a garota tenta convencer os pais a fingirem normalidade num jantar no qual ela e o namorado, Lucas (Beto Sargentelli), desejam anunciar seu noivado. Todos se identificam com essa luta pela aceitação. Voltamos aos desenhos originais e descobrimos uma família diferente, excêntrica e unida. Marisa Orth faz sua estreia no teatro musical tradicional. A atriz sempre cantou, como ex-vocalista das bandas Luni e Vexame, e protagonista dos shows "Romance vol. I" e "Romance vol. II". Marisa esteve na Broadway e assistiu à peça quando Brooke Shields fazia Mortícia.
- Percebi todas as mudanças. Nossa versão é muito melhor - diz Marisa. - Teria aceitado interpretar Mortícia mesmo que fosse para um ensaio fotográfico, um curta-metragem. Tem gente que sonha com a Julieta, eu sempre sonhei com a Mortícia.
O musical se despediu dos palcos em abril de 2013, deixando saudades.
Souvenirs que comprei na lojinha oficial do musical |
Teatro Renault em noite de espetáculo. |
Eu e amigos. |
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