O filme começa com uma bela introdução da parte mitológica
de origem de Diane Prince, com uma Gal Gadot que aparece somente com algum
tempo de tela, e cada vez mais à vontade em seu papel. Themyscira é mostrada
como um paraíso, repleto de belas paisagens e governado por mulheres, em
especial pela Rainha Hipólita (Connie Nielsen) e sua irmã Antíope (Robin
Wright). A primeira, governa a política da ilha, enquanto a outra serve de
guarda e prepara a defesa do local. Entre ambas há a preocupação com o futuro
de Diana, que tem sobre si uma promessa, de ser ela a chave para acabar com os
resquícios do deus da Guerra, Ares.
O chamado à aventura ocorre quando Steve Trevor (Chris Pine)
cai acidentalmente através do disfarce geral do arquipélago, causando na
herdeira do trono uma curiosidade atroz pelo mundo externo, lançando-se assim
ao mundo dos homens, apesar das reprimendas de seus parentes, e a partir daí
começa uma jornada com um humor afiado, ao estilo dos melhores filmes da Marvel
Studios.
Nota-se um uso grande do artifício do slow motion (que eu particularmente gosto muito),
semelhante aos filmes dirigidos por Snyder, ainda que aqui seja utilizado de
maneira mais funcional, e não tão corriqueira. O filme não abusa da fotografia escurecida de outros produtos do DC. A escala das cenas
é grandiosa e os personagens secundários acrescentam a trama, sem precisar de
um tempo demasiado para desenvolver origens ou ligações com a heroína.
É interessante também o fato de que o roteiro utilize amigos
e parceiros de nacionalidades diferentes, e nos diálogos acabam surgindo
referências sempre oportunas e críticas aos nativos (índios) americanos, o
inglês bêbado e o árabe esperto, mas sofredor (não me lembro de ter visto isso
antes em filmes do gênero).
Enfim, Gal arrasa. Detalhe: não houve a cena no final dos
letreiros como estava se tornando costume e tradição. E um lado até filosófico chega
a crescer durante o filme, mais ainda quando o vilão maior (não vou dizer quem)
irá tomar um outro rumo. E também no abre e fecha do filme, quando Diana
filosofa bastante sobre futuro, e a luta do bem com o mal.
Diversão garantida.
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